Parcerias de Sucesso

Meus amigos e amigas,

Sei que, para quem lê que acordo 3 vezes por semana às 5 da manhã para tomar um pequeno-almoço com outros empresários, pode parecer que me me juntei a um culto satânico. Mas não.

Eu, como representante da JOBS no BNI DOURO, acordo 3 vezes por semana às 5 da manhã para partilhar negócios que de outra forma seriam muito mais difíceis.

Resultado: 1 ano de reuniões, 125 referências de negócio recebidas, e que se traduziram em cerca de €35000 de negócio efectuado.

Comissão para quem me trouxe estas 125 referências??? 

Nada, só a minha preocupação em compensar da mesma forma, com as 195 referências que eu durante este ano passei.

Quando falarem de crise, não pensem muito, acordem cedo, participem num pequeno-almoço experimental, e depois falamos.

Esta semana o nosso grupo faz 1 ano de existência e vamos comemorar com um cocktail seguido de jantar volante num dos Hoteis mais bonitos da cidade do Porto.
Apareçam, saiam da caixa, façam negócios  façam parcerias de sucesso e venham connosco  porque no 
BNI DOURO Navegamos para bom Porto.



Vida de Cão


Ontem salvámos um cão.
Não é uma história com grande enredo, e nem grande interesse cénico ou estético, mas fez-me sentir bem.
A história é simples, a caminho de Vila Meã pela estrada nacional, deparamos com um cachorro atropelado agonizando na outra faixa de rodagem.
Instintiva e rapidamente arranjos sítio para parar o carro, tiramos o pára-vento que serviria de maca e, enquanto a Sofia procurava veterinários na zona, eu pus-me a caminho conversando com o pequeno acidentado.
Bem, depois de muito me passar pelo cabeça, optei por arriscar e transportá-lo para a freguesia mais próxima. Coloquei-o na bagageira, confortável qb, ainda que completamente rígido.
Chegamos à Clínica Veterinária, ligamos para o número de emergência e 20 minutos os veterinários lá estavam, prontos.
Abri a porta da mala, eles foram com todo o cuidado e, não sem alguma surpresa, o cachorro começa a distribuir dentadas a todos, e foge correndo como se tivesse visto o diabo.
Ainda corremos atrás,  mas sem sucesso. 
Em suma, correu bem, porque quem corre daquela forma não pode estar muito mal, e nós sentimo-nos bem.
The End.

Identidade Nacional vs Democracia

Segundo a Wikipedia, essa deusa dos dicionários modernos, a palavra DEMOCRACIA corresponde a um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está directamente com os cidadãos, ou indirectamente por meio de representantes eleitos — forma mais usual. Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico.

Imagino que agora procurem uma relação entre a Democracia e a Identidade Nacional presentes no titulo de mais este pensamento, senão procuram, digo-vos que é tempo de o fazerem.

Sou, há anos, apologista deste tão, teoricamente, nobre sistema governativo mas, por força de o acompanhar nos últimos 23 anos de forma mais intensa, há alguns pontos que me têm feito diminuir este meu pendor apologético.

Não estou a dizer, e entendam isto como um aviso à navegação, que tenho saudades do antigamente, até porque para ter saudades de antigamente era preciso tê-lo partilhado, mas ele há pormenores que me desagradam cada vez mais e que se vêm imiscuindo na própria definição actual de Democracia.

Começa logo pela base, o Povo. Se é verdade que é o Povo o elemento fulcral deste regime no papel, a realidade encarregou-se de nos mostrar que o povo não decide nada, e quando o faz faz mal edesajustadamente. E porquê? Porque o estupidificaram, e ele deixou.

A Democracia só existe quando todos, Povo ou Representantes, sabem o que se discute, como se discute e com que fim. Mas para que tal aconteça, é preciso apostar na cultura e na educação, a menos que o objectivo seja exactamente o contrário, isto é, uma Ditadura Democraticamente eleita e perpetuada. Temos uma história rica de eventos, de monumentos e de momentos históricos, mesmo os mais recentes como termossido o único país na história do FMI a pagar uma dívida, temos um povo que se distingue de todos os outros por milhares de defeitos, mas também por algumas virtudes aclamadas pelo mundo como únicas e de grande valor, temos um território físico com uma amplitude geográfica, paisagística e gastronómica de fazer inveja, e um território emotivo que corre o mundo.

Sim, eu sei que as minhas ideias têm sido apelidadas de jovens (imaturas?), mas vos garanto, é o conhecimento profundo e cada vez mais aprofundado da nossa língua, da nossa história, da nossa gente, de tudo o fomos e somos capazes, daquilo que conseguimos com tão pouco, do que representamos há séculos para as maiores e mais iminentes mentes do mundo, é isto tudo que me faz manter a vontade de ser, de me manter e de trabalhar em e por Portugal.

Ora bem, apliquem estas noções que gratuitamente vos transmito, e vos garanto que teremos um País fora da troika em menos que nada.

Devolvam aos portugueses o orgulho de o serem, e terão de novo um país digno desse nome, terão de novo "caravelas" em busca de novas riquezas. E se exemplos precisamos, vejam os avanços na medicina. Enquanto escrevo este pequeno ensaio, uma equipa investigadores portugueses descobre a causa principal da doença de Parkinson.

E é aqui que a Democracia se cruza com a Identidade Nacional.

Nasci tarde, num mundo que não compreendo - Parte I

Para quem, como eu, estuda, lê ou minimamente se interessa pelos mitos arturianos, a passagem que vou resumir é inteligivel.
Para todos os outros, por paralelismos pessoais também o será, estou certo.

Depois da união do reino bretão e da paz conseguida, a Távola Redonda perdeu parte da sua razão de ser e que era, de forma simples, a busca do ideal de cavalaria, a busca metafórica do homem no seu interior, e a busca de uma razão superior aos homens. Nasceu assim a demanda do Graal, a qual levou ao gradual desmembramento da Tavola por perda e morte dos seus cavaleiros.
Durante cerca de dez anos, Artur viveu sozinho, separado de uns por traição, e de outros pela cega obediência que lhe dedicaram e os levou aos sete cantos do mundo numa busca que não estava no mundo, mas em cada um deles e que, inicialmente, lhes permitira edificar o reino dos reinos.

Histórias à parte, e não ousando considerar-me uma encarnação do rei dos bretões, ultimamente sinto-me também eu meio perdido.
Acreditando ou não em vidas passada e ensinamentos primordiais, a verdade é que sempre pautei a minha vida por uma adaptação moderna de alguns ideais de cavalaria.
Sei que alguns me vão contrapor a medievalidade que me assiste com tudo o que de mau existiu, e que não nego. Nem há 500 anos, nem hoje.
Mas a verdade é que me sinto forjado por ideais e valores simples, mas imutáveis. Alguns talvez pouco lógicos e que resultam mais em prejuízo pessoal, mas que me garantem uma consciência tranqüila, ainda que eventualmente triste.
Sou dos que morre e mata por amor, sou do tempo da honra e dos compromissos, dos amigos como irmãos, dos irmãos como amigos.
Em suma, não sou deste tempo.

Mas, como nas histórias de cavalaria, também nem tudo é negro e sombrio.
Se alguns cavaleiros nos traem, outros valorosos e mais cultivados nas artes medievais, aparecem e lembram-nos que a vida é um círculo de experiências, e que uma ferida é um ensinamento. Lembram-nos que a vida é uma mesa farta, grande e cheia de risos e choros, em que os convidados vão mudando, desde que tragam para a mesa e dela levem a mesma quantidade de ensinamentos e alegria.
E temos também as princesas, que nos lembram que a beleza é algo divino, e eterno, e partilham os nossos pesos como mais ninguém o fará.
Não, não sou deste tempo, mas este também é o meu tempo.


Ignorância nacional

Ignorância Nacional, ou os Pagodes na Bandeira Nacional.

Fui há dias brindado com um comentário que ainda não percebi se era um elogio à minha juventude de pensamento, se uma velada crítica à minha constante luta contra tudo o que, externa ou internamente, pretenda prejudicar a nossa história passada e actual, ou pretenda denegrir e deitar a baixo o nosso povo, a nossa força, em suma, o que é ser Português.
Quero, por uma questão de positivismo pessoal, acreditar que quem me julga mais novo pelo que escrevo e como o escrevo o faça porque se revê numa lusitanidade que, por críticas constantes, da muito trabalho defender, e requer muitas horas de aturado estudo e amor.

Ora bem, feitas que estão as apresentações, é tempo de denunciar um erro que me parece de todo grave, apesar de ser um pormenor. Mas é como se diz, o diabo vive nos pormenores.

Reparem como no lenço na cabeça do Miguel Guilherme os nossos castelos se transformaram em pagode chineses.

Não crítico a Caixa Geral porque esta é uma campanha paga, mas não se admite que isto passe numa empresa como a que desenvolveu esta campanha.

Chamem-me novo, jovem, chamem-me nomes, mas não brinquem com símbolos nacionais.

Atentamente,

Diogo Trindade


Taska do Karisma @ Vale da Telha, Aljezur

Em todas as férias há um local que se troca o nosso QG ou quartel general, e estas não são excepção.
Este ano, no Vale da Telha, Aljezur, o local foi a Taska do Karisma.
Local simples, de gente muito simpática, e comida fantástica.
Se a isto juntarmos uma companhia lindissíma, uma mesa grande de madeira e bancos corridos, uma noite de Verão e vinho branco de pressão, temos o sonho de qualquer "cavaleiro".
Faltam pormenores, faltam, uma mesa e bancos corridos requererm outras pessoas, outros cavaleiros, outras damas, mas o local ajuda mesmo nestas falhas.
Para quem estiver de passagem, a Taska do Karisma é o melhor local para recuperar a energia, e para repor aquela dose de lusitanidade que todos precisamos para evoluir como país.


S. João @ Aljezur

Para quem não sabe, tenho o S. João como a Festa das festas, e equivalente à passagem de ano para muitos.
É uma noite em que a a magia de séculos e séculos se renova em votos de nova e maior abundância e energia.

Raramente, nesta ainda algo curta vida, passei o S. João fora do meu burgo natal e de referência, o Porto, e posso-vos garantir que só um ano não lancei um balão, e só num ano também o balão ardeu, mas este ano, dado que estamos de férias em Aljezur, ia passar em branco, o que muito me custava.

Mas como coisas boas acontecem a quem merece, e até acho que mereço algum cuidado pelo menos, eis que mal entro no Hotel Vale da Telha (mais tarde aprofundo este tema) a minha menina me entrega um poster anunciando o S. João em Aljezur. E não era um, mas dois.

Coisa curiosa, o arraial a que fomos era organizado pela TERTULIA Associação Sócio Cultural de Aljezur) e levado a cabo por uma comunidade de portugueses, alemães, entre outros, o que fez deste o S. João mais internacional e multi-cultural que tenho tido.
O facto de ter sido na base do Castelo de Aljezur teve também, pelo menos para o medieval que há em mim, um sabor especial. Sem querer alongar-me, tudo bateu certo. Uma noite de crescente, um castelo templário, o meu amor, e mesas grandes e cheias. Até as pessoas ajudavam a esta ideia de comunidade medieval.
Não houve balão, mas esteve tudo aqui.
A todos uma grande noite de S. João

http://tertulia-aljezur.blogspot.pt/

Férias'12 - Parte II

Ele há coisa melhores do que um peixinho grelhado, com um belo copo de vinho, depois de uma bela manhã e tarde de Praia?


Férias'12 - Parte I

Este ano rumamos ao Sul, numa busca desesperada por sol, praia, peixe e vinho fresco.
Apontamos inicialmente, e em resposta a um gentil convite de amigos, à bela localidade de Foz do Arelho, conhecida e reconhecida pelo seu constante vento e, micro-clima tão sensível e susceptível quanto o panorama actual português, e em todas as áreas.
Do fim-de-semana só de coisa boas podemos falar, desde o churrasco magistralmente gerido pelo grande chefe, à bela garrafa de Murganheira Branco, fresco qb, sem nunca esquecer o bom que é uma mesa cheia e farta.
Não me esqueço também do nosso jogo contatar Holanda que, contra tudo o que é habitual em mim, me fez roer as unhas de nervos, e pular da cadeira com uma voz de trovão. É verdade, e já o escrevi, Portugal precisa de coisa boas, de ânimo, de força, e se este for o meio, venham os jogos.
Da tarde fica um belo passeio por Obidos, terra que nos lembra, pelo menos a nós visitantes, que o Português se fez de sacrifícios, mas também de grandes obras, que perduram e nos remetem para um passado que se precisa presente para alcançar o futuro que tanto nos impele.
Do segundo dia duas memórias: a visita surpresa a uma amiga sem tempo, e um recuperar de forças numa das mais belas naves que há memória, erigida por monges em Alcobaça, e que bem eles sabiam viver.
Do terceiro dia, o verdadeiro relaxar. Solinho, bebidas frescas, petiscos, um bom livro, um tablet à mão, e a companhia de uma mulher lindissima, e que é a minha.
A viagem continua, e esse é o verdadeiro encanto, o viajar.


Portugal vs Holanda

É pública a minha quase ignorância relativamente aos aspectos técnicos do jogo, mas é também pública a minha devoção a esta nossa pequena nação.
Hoje, aqui por escrito e do coração, vos digo "não conheço pátria assim, pequena e com tantos feitos".
Somos grandes, senhores, somos grandes, e se a forma de dar ânimo a este povo que luta diariamente com um sorriso nos lábios, e uma piada mordaz na língua, é o futebol, e a Selecção Nacional, assim seja.
Somos heróis, senhores, somos um nobre povo, somos uma nação valente e, ao contrário do que pretendem nações maiores e sem história, imortais.
Sempre que o sol nascer, um Português estará lá, a sonhar.


Pensar em Portugal

General, o teu tanque é um carro forte.

General, o teu tanque é um carro forte.
Arrasa um bosque e esmaga centos de homens.
Mas tem um defeito: Precisa de um condutor.

General, o teu bombardeiro é forte.
Voa mais rápido que uma tempestade e carrega mais que um elefante.
Mas tem um defeito: Precisa de um mecânico.

General, o homem é muito hábil.
Sabe voar e sabe matar.
Mas tem um defeito: Sabe pensar.

Bertold Brecht

Neste texto, Brecht expõe com clareza a grande diferenca entre o Homem e as máquinas.
A única questão, ao dia de hoje pelo menos, é saber se o Homem está disposto a pensar.
É que um dos grandes defeitos do actual conceito de sociedade é o basear-se não na sabedoria, mas na ignorância do homem governado.
Não é verdade que esta ignorância seja totalmente imposta pelo homem governante, passa também pela pouca vontade do homem governado em querer saber mais, seja porque há coisas quais vale não perguntar, seja porque ainda nos assiste uma confiança pelos nossos representantes que nos pacifica a noite.
Em qualquer um dos casos, e a meu ver, é grave.
É grave quando essa ignorância, passiva ou activa, nos faz abdicar do controlo parental que todas as sociedades necessitam, assim como quando nos faz deixar de pensar que é esse controlo que nos garante uma boa gestão do nosso capital, social e financeiro.
Mas General, como se diz na minha terra, há mais marés que marinheiros, e no dia em que o Homem se decidir a pensar o problema é que sabe usar o tanque e o bombardeiro, e não precisa de si, General.

Portugal, e o 10 de Junho.

VALSINHA DAS MEDALHAS

Letra: Rui Veloso e Carlos Tê
Música: Rui Veloso
Arranjos: Hermenegildo Duarte

"Já chegou o dez de Junho, o dia da minha raça
Tocam cornetas na rua, brilham medalhas na praça.
Rolam já as merendas, na toalha da parada
Para depois das comendas, e Ordens de Torre e Espada.
Na tribuna do galarim, entre veludo e cetim
Toca a banda da marinha, e o povo canta a valsinha.

Encosta o teu peito ao meu, sente a comoção e chora
Ergue o olhar para o céu, que a gente não se vai embora
Quem és tu donde vens, conta-nos lá os teus feitos
Que eu nunca vi pátria assim, pequena e com tantos peitos.

Já chegou o dez de Junho, há cerimónia na praça
Há colchas nos varandins, é a Guarda d'Honra que passa
Desfilam entre grinaldas, velhos herois d'alfinete
Trazem debaixo das fraldas, mais Indias de gabinete
Na tribuna do galarim, entre veludo e cetim
Toca a banda da marinha, e o povo canta a valsinha."  

Chamem-me lamechas, chamem-me patriota, chamem-me o que quiserem que o orgulho que sinto por ser português ultrapassa isso tudo.
E esta pequena música do Rui Veloso e do Carlos Tê diz tudo, do bom e mau, do que significa ser português.
Ao fim de um ano de austeridade oficial, porque a outra já nos atinge há anos, para não dizer décadas ou séculos, e depois de ter assistido à entrega de todas as "comendas, e Ordens de Torre e Espada", só uma coisa se me oferece dizer: "Eu nunca vi pátria assim, pequena e com tantos peitos."
Porque é todo um povo que merece ser comendado, merece ser elogiado, merece uma palavra de apoio, porque mesmo sem esse mimo conseguiu chegar longe, e contra todas as melhores expectativas dos países ricos do mundo.
Somos, ainda que nos queiram fazer esquecer isso, um povo forjado pelas dificuldades e pela pequenez do país, criado a partir do homem simples que se fez ao mar e ensinou outros povos a serem grandes, um povo que quando confrontado com a crise e a austeridade ainda se deixar governar, mesmo que mal.
Somos pessoas simples mas de coragem, somos pessoas pobres mas com uma riqueza interna que permite rir e criar anedotas da mesma crise que nos assola.
A melhor imagem que encontrei para ilustrar este texto é esta, a da nossa bandeira feita com pessoas.
Isto é Portugal, isto somos nós, isto é o espírito de 9 séculos de história, que tanto medo criam ao resto do mundo.


Portugal, Presente e Futuro

Heróis do mar, nobre Povo, 
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo 
O esplendor de Portugal! 

Entre as brumas da memória, 
Ó Pátria, sente-se a voz 
Dos teus egrégios avós, 
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas! 
Sobre a terra, sobre o mar, 
Às armas, às armas! 
Pela Pátria lutar 
Contra os canhões marchar, marchar!

Nestas poucas estrofes está inscrito o ADN do povo português, que mitos vêm tentando manipular, recorrendo por vezes a células estaduais corrompidas e, com toda a certeza, de insurrectos e energumenos menores espécimes das grandes espécies que no seu todo constituem o uno que é o português.

Atentemos no que nos é dito.
Começa por heróis que somos, nobre povo que como todos os grandes se fez grande à custa de muita dor, mas que ao mesmo tempo soube criar laços que ainda hoje perduram, contrariamente a muito boa gente, que por sinal era mencionada neste pequeno hino e que pela nobreza que nos é característica resolvemos substituir por mais vago "contra os canhões marchar" para não ferir susceptibilidades bretãs, que como sabemos são algo sensíveis.

Passa rapidamente e em tom marcial a "Nação valente e imortal".
E não somos?
Que outro país com menos de 800 kms de ponta a ponta fez o que fazemos hoje? Mas ninguem ouve falar em fundações como a Champalimaud, considerada melhor do mundo fora dos EUA (lá está a susceptibilidade bretã).

Mas entre todas as estrofes está aquela que me parece mais importante: "Ó Pátria, sente-se a voz dos teus egrégios avós.". Nesta está a resposta para o panorama que vivemos hoje.
Ouçamos o que 900 anos de história nós dizem, pensemos no passado não com o peso da responsabilidade do que fomos perdendo, mas com a impetuosidade e visão que fizeram de nós a primeira nação mundial digna desse nome.

É altura de deixarmos de ter vergonha do que somos, ou mesmo do que fomos como nação colonizadora,  e passemos a pensar no que ainda nos falta conquistar e como lá chegar.

Clube dos Pensadores



Fui ontem à noite, ladeado por duas empresárias do Porto a quem tenho o prazer de chamar amigas, e com quem tenho o também prazer de partilhar as minhas semanas no BNI Douro, visitar o Clube dos Pensadores e o seu pensador-mor, o Sr. Joaquim Jorge (também ele visita numa das últimas reuniões matinais do Douro). E, da noite de ontem, para além da comemoração do 6º aniversário deste, e da presença como convidado do Sr. Alexandre Soares dos Santos, há 3 pontos a reter por tudo o que representam de positivo (nos dois primeiros), e de negativo (no terceiro).

Começando pelo inicio e pela positividade que por ser em maioria se sobrepõe à malévola negatividade que só subsiste pela tacanha mentalidade de alguma da informação que se faz hoje em dia.

O primeiro ponto tem a ver com o Clube dos Pensadores em si, e com o seu mentor. De uma forma simples e inteligível a todos, basta-me dizer que será possivelmente o único fórum realmente social que tenho conhecido, e cujo objectivo de informar para formar se concretiza pela diversidade e grande qualidade dos seus convidados. Independentemente de cores ou quadrantes políticos, existe uma vontade de criar pensamentos, de levantar pontos de reflexão para que, de uma forma quase socrática, sejamos levados à verdade não de cada um, mas de todos porque é de muitos que se faz um país. Mais positivo que isto não há, e só peca por ser o único.

O segundo ponto passa claramente pelo convidado desta semana, o Sr. Alexandre Soares dos Santos. Do cimo da sua grande experiencia, conhecimento e concepção de Portugal como país com uma História como a nossa (com os seus altos e baixos bem presentes) somos surpreendidos por uma acessibilidade que os títulos de comendador, os títulos da Fortune, ou da Delloite, ou a posição como administrador de um dos maiores grupos empresariais do país, não permitiam antever. Uma vez mais, e independentemente de concepções políticas e sociais, posso dizer que saí mais rico deste debate, tanto pessoal como profissionalmente.
Tudo o que foi dito por este Sr. prima por um positivismo tal, que deixa qualquer um desarmado na hora de arranjar desculpas para deixar a crise vingar, ou para deixar o governo (seja ele qual for) agir à margem do povo.

Eis-nos chegados ao terceiro e, porventura, o mais negativo de todos os pontos: a comunicação social.
Não tenho por hábito criticar a comunicação social nacional, limito-me a não lhe prestar atenção. Em primeiro lugar pela atitude “Calimero” que propagandeiam, em que tudo é mau, negativo e a Crise está para Portugal como Ar para a Vida, e pela maneira como vendem esta Crise através das notícias mais escabrosamente negativas e más que encontram, ao invés de publicitarem o que realmente de bom se faz e é muito em Portugal (*), e em segundo lugar porque não lhes encontro a isenção que considero essencial em quem comunica factos, mais que pensamentos.
Caso flagrante disto é o facto de abrirem os telejornais diários com a presença do Sr. Alexandre Soares dos Santos no Clube dos Pensadores com a mesma parangona: “«Podemos precisar de 2º resgate». De tudo o que foi dito ontem, esta redução jornalística é no mínimo ridícula, para não dizer imbecil.

Para finalizar, porque este desabafo já vai longo e porque duvido que seja lido até ao final, os meus parabéns ao Clube dos Pensadores pelos 6 anos de interesse, esforço e empenho do seu mentor, e por tudo o que vai fazendo pelo País.

Espada Lusitana no Dia Internacional dos Museus



É conhecido o meu gosto pela História de Portugal, e por todas as (boas e fidedignas) representações, actividades e eventos que a glorifiquem no sentido de promoção do futuro pelo reforço do bom que o passado teve.

Assim sendo não será de estranhar este post dedicado à Espada Lusitana, do Mestre de Armas João Maia. E também não é de estranhar a minha decisão de procurar no Porto quem me aceite como futuro praticante de uma arte com séculos e história, e que sempre me atraiu.

A ver vamos.

1º Business Drink BNI Douro



Desde sempre que nos relacionamos para progredir pessoal e profissionalmente.

E é isto o que o BNI DOURO vos propõe. Um Business Drink.
Um saudável e animado convívio entre todos nós, empresários ou colaboradores.
Se têm ou procuram uma empresa, um parceiro, um cliente ou um fornecedor, se têm um negócio ou se procuram mais negócios, apareçam e partilhem este convite.

Para comemorar os 6 meses de vida do BNI Douro, resolvemos criar um evento aberto a todos os que vêm no networking uma forma eficaz de fazer negócios.

Das 18.30 às 21.00, no dia 30 de Março, esperamos por todos, com muitos cartões de visita, muita vontade de conhecer outros empresários e de se dar a conhecer.

Valor de Inscrição: €5.00/pessoa (inclui Porto de Honra)

Contacto para Confirmação:
Diogo Trindade - 917889403
diogo@jobs.co.pt

A minha Pátria é a Lingua Portuguesa II


Como dizia Fernando Pessoa, a minha Pátria é (mesmo) a língua Portuguesa. Digo isto certo de que algum saudosismo bacoco e que condeno se promete no texto que se segue, ainda que disfarçado de uma pseudo capacidade esilistica.
Sou um homem de línguas e, se não do mundo por impossibilidade chamemos-lhe logística, pelo menos de alguns mundos. Tanto dos interiores e pessoais em que sou não só o único habitante como o meu melhor público, como dos outros exteriores  bem reais onde sou mero visitante, ou como diria uma certa personagem de BD, um passante.
No entanto, e porque tenho a minha tuguice Portuguesa bem enraizada, raramente sinto saudades de “casa”.

Ora bem,  razão pela qual me deu para escrever este pequeno esboço de texto é que hoje me deu saudades de “casa”, me deu saudades da minha língua mãe, de ouvir falar português, e me sinto meio encabulado por perceber o que aqueles que de visitantes se tornaram habitantes do mundo sentem ao ouvir qualquer pequeno trecho de Portuguicidade, desta pátria que é a nossa fora de casa, aquela que podemos levar na mala sem ser travada nas fronteiras legais, e que podemos manter viva e próspera como qualquer ser vivo ou planta.

Bem, isto tudo para dizer que acabo de fazer uma rave de uma pessoa só num quarto de hotel nas Docklands ao som de tudo o que se fez e faz em Portugal em termos de música.
De Mata Ratos mais a bovina entidade materna da Chavala, que já estava com uma boa Carraspana com o Chico Fininho, enquanto viam os Cavalos de Corrida nas Dunas, onde Cristina e as Just Girls Dançam Nuas, entrando num Irreal Social normal de quem Quer Ver os Peixes a Voar, partilhando uma Chiclete com o Senhor Arcanjo antes que Chamem a Polícia.
Para  terminar só mesmo Telefonemas Eróticos à Cruela (*) e esta malta londrina das Docklands rende-se e joga-se aos pés deste vosso “reporter”.
A noite é um sucesso, as bebidas acabaram, e os holofotes vão-se desligando, e todos os convivas voltam aos seus Primeiros Beijos neste mundo que é só meu, e em que o Português mais um estado de espírito e de alma, é a pátria mesmo.

Nota do Autor: Nome dos grupos por ordem -  Mata Ratos, Lex Injusta, Peste & Sida, Rui Veloso, UHF, GNR, Roquivários, Amarguinhas, Essa Entente, BAN, Entre Aspas, TAXI, Essa Entente, Trabalhadores do Comércio, Reporter Estrábico, Capitão Fantasma e por fim Rui Veloso.

Um dia isto tinha de acontecer

By Mia Couto

Existe mais do que uma! Certamente!

Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.

Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.

A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.

Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1.º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.

Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.

São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.

Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja! que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.

Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.

Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.

A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la. Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.

Haverá mais triste prova do nosso falhanço?

Quem fomos, quem seremos.

"Se não nos recordam quem fomos, nunca saberemos quem podemos ser."

Este é um princípio que acho basilar, e que curiosamente (ou talvez não), encontrei em diversos painéis publicitários em Gelida, Catalunha.

Pensemos nisto, procuremos ser menos críticos sem bases, tratemos de descobrir quem realmente fomos, e analisemos o porquê de nos quererem fazer esquecer quem fomos e, automática e inexoravelmente quem seremos.
Somos mais admirados por estrangeiros, que por nós mesmos, e isso deve-se tanto à nossa própria incúria, como a desejos de manutenção do poder de quem nos governou e governa.
Um povo sem História, é um povo sem história, sem interesse, sem vontades ou futuros, é um povo sem possibilidade de um objectivo comum, é um povo à beira e à espera do fim.
Sou Português, para alguns em demasia, mas sou-o porque sei quem fomos e temos capacidade de voltar a ser.
Inovações comparáveis aos descobrimentos temos várias e diariamente, basta que atentemos nelas mais do que nas desgraças que nos vendem as noticias.

Eu, Diogo Trindade....

Eu, Diogo Trindade, ou o caramelo da cruz no braço.

São Várias vezes me perguntam porque tenho estampado nas minhas camisas brancas uma cruz “templária”, e mesmo quando não verbalizam, vislumbra-se no olhar um de três comentários:
1º - Whatiiiii?????? / 2º - Este gajo é parvo. / 3º - Coitadinho é disainér.

A verdade é que posso responder de diversas formas e, com todo o respeito, em função de cada um dos meus interlocutores.
A primeira é simples, é um devaneio de criador. Sendo designer de vestuário, e sendo um amante de história em geral, e da portuguesa em partícula, estas imagens não são mais que uma colecção de moda, se assim o podemos chamar.
A segunda, e mais profunda e reservada para um interlocutor mais perspicaz, é que esta imagem, ao contrário do que possa parecer, nada tem a ver com uma religiosidade exacerbada, ou um cristianismo pujante. Tem antes a ver com um conceito de união intelectual que engloba não uma mas todas as religiões, não um mas todos os conhecimentos científicos, não um mas todos os grupos de visam a evolução do Homem como um ser de capacidades ainda desconhecidas.
A terceira por fim, e em parte resultante das duas anteriores, é que esta é a minha forma de demonstrar a minha “tuguice”.
Sou um português convicto, um patriota apaixonado e um admirador confesso do resultado de 900 anos de história e que se condensou numa palavra, desenrascanço. Sou o resultado de dezenas de povos, sangues, histórias, religiões, credos, cores, raças e etnias, e que todas respeito e aceito.
Sou o mestiço que Deus deixou ao Português para criar, sou um povo que marcha contra bretões e canhões, sou um povo que quer o mar que é nosso, e sou o povo que se junta, que se agrupa, que se une em torno das dificuldades e das alegrias.
Estas camisas significam para mim tudo isso, e tudo isso é Portugal.

Identidade vs Produtividade




"Praza a deus que todos, de um impulso, de um acordo de simultâneo e unido esforço, todos os portugueses, sacrificadas opiniões, esquecidos ódios, perdoadas injurias, ponhamos peito e metamos obra à difícil mas nao impossível tarefa de salvar, reconstituir, a nossa perdida e desconjuntada pátria - de reequilibrar enfim Portugal na balança da Europa."
Almeida Garret

Quem me conhece sabe bem que, apesar de trabalhador por conta de outrem, não concordo com muitos dos benefícios, em alguns casos, mimos excessivos que pululam no contracto laboral de hoje. Não concordo com os dois dias extras de férias por compensação por uma assiduidade que está implícita quando assinamos um contracto, não concordo com a impossibilidade ou dificuldade em despedir quem de facto se limita a cumprir os mínimos para evitar legalmente um despedimento, e por aí a diante até ao número excessivo de feriados e pontes e outras desculpas que se traduzem em semanas de fraca produção.
No entanto, e assentando este meu texto numa laicidade republicana, há símbolos, monumentos, e momentos da vida de um povo que não devem ser mexidos, sob pena de contrariar a ideia original.
Explico: a ideia subjacente à remoção dos feriados é o aumento da produtividade como salvação do nosso país, da nossa forma de vida, da nossa sociedade. No entanto, estes 3 conceitos só existem na medida em que os mantemos vivos em cada cidadão, e na medida em que ele os assume como a sua identidade nacional.
Não podemos retirar a língua com tantos e tantos anos de história, prémios e riqueza, não podemos retirar as fronteiras históricas e que tanta dor e suor custaram a todos os povos que da sua mescla criaram o Português, não podemos retirar do currículo escola os nossos 900 anos de historia e esperar que as próximas gerações não se transformem em indivíduos europeus sem pátria.
Em suma, não podemos retirar ao cidadão tudo aquilo que o identifica como tal, e ao mesmo tempo pedir-lhe que se esforce, que lute, que invista nesse mesmo tudo que lhe retiramos.
E neste conceito estão alguns dos nossos feriados. Se bem que não sejam unanimes na sua aceitação, a verdade e que o 5 de Outubro foi no dia 5, não no 4 ou no 6. Tampouco foi um dia virtual, móvel e dependente de outras condicionantes.
Não é o que este dia, ou outro qualquer dia histórico com significado e validação temporal, significa per si mas antes o que estes dias significam por todos nós, e como nos fazem sentir membros de uma família maior, o Povo Português.
Querem sacrifícios em nome do Povo Português?
Reabilitem sem medo esse conceito, esse povo, e aí toda a produtividade pedida e necessária aumentará.