A ti Luís




Não me é de todo habitual extravasar sentimentos de forma tão pública como o vou fazer agora, mas a surpresa e o choque bateram-me com tanta força no estômago, que ainda nem sei bem o que pensar ou dizer.

Não sou de chorar idas, sou de viver passagens, sou de tratar e de dar colo a quem está e precisa e, como o Luís fez questão de me ensinar há muitos anos: “há uma altura na vida em que todos precisamos de colo”.

Mas sou de perdurar memórias, as que devem perdurar, claro.
Mesmo neste meio frio que é a internet, mas onde o que lá é depositado fica registado para sempre, e acho que é isso que quero, fazer perdurar para sempre uma memória que faz parte da minha própria.

Acabo de saber que perdi um dos meus amigos de semi-adultice, que como se pode ver na foto, era mesmo só semi, porque era de parvoeira que tudo se vivia.
Criador de expressões que desafiam o tempo como “vamos comer um peixinho a Matosinhos”, era amante das coisas boas e belas da vida. Umas que me ensinou a apreciar, outras em que me permitiu ser eu o professor, mas muitas as que partilhámos e que o faz a ele, o Luís, parte indelével do meu crescimento.

Fica o reconhecimento tanto pela amizade que se viveu, que se guardou, como pela estupidez de acharmos que vamos sempre a tempo amanhã.

Até sempre Luís, um abraço.

Diogo