A Re-reconquista de Lisboa – parte 1

“Sentindo íntima compaixão pela sorte daquele indivíduo, o Senhor indagou dos Espíritos:
Qual é o teu nome?, Recebendo como resposta:
Meu nome é Legião, porque somos muitos !” (Evangelho S. Marcos)

Durante alguns anos, e ainda não sei se estarei curado, padeci de uma vontade regionalista e separatista, e que preconizava a volta ao território inicial, ao território anterior à reconquista de Lisboa aos Mouros.
Fui um doente calmo e sem grande necessidade de observação ou cuidados de maior, mas no fundo sabia que este mal que me assolava ainda estaria mal definido ou explicado.
Os sintomas foram-se desvanecendo e, qual epifania, eis que percebi.
Finalmente Eurekisei o meu espírito, e descobri a cura para este meu mal.
Antes de repensar a Re-reconquista de Lisboa aos Mouros, vou (e deveríamos todos) começar por reconquistar o Português, o Lusitano, o filho de muitos povos e que trouxe muitos mundos ao mundo.
Descobri que o problema não está no território, no Sul Centro ou Norte, o problema não está fora de portas ou no estrangeiro, o busílis desta questão está em cada um de nós. E o melhor que cada um de nós pode fazer é passar a mensagem.
Falta cumprir Portugal, sim falta.
Temos de dar a volta à situação em que nos encontramos, declaradamente que sim, mas acima de tudo temos de nos cumprir individualmente e como fiéis depositários de uma história, uma tradição, e uma cultura que por forte, há muito quem queira calar.
Mas somos muitos e somos bons, e sabemos que está na altura de olhar para dentro de portas e ver o que fazemos bem, e que é muito mais do que aquilo que nos deixam perceber.
Temos de divulgar e fazer saber o que todos os dias damos ao Mundo.
Temos de olhar para cada um de nós, bem fundo, e relembrar o dia em que corremos com os diversos invasores que por mal nos tentaram mudar ou governar, precisamos de olhar para cada um de nós e lembrar que da nossa pequenez se fez um mundo inteiro e que não há país no mundo que não saiba quem somos ou o que fizemos.
Temos de voltar a ter orgulho no que é nosso, desde a nossa História (que quem manda sobre os que mandam em nós tenta por todos os meios apagar), aos nossos símbolos: da bandeira, ao hino republicano ou monárquico, da língua ao nosso território.
Há quem diga que precisamos de líderes reais, honestos, com um conceito de missão capaz de aglutinar todas as vontades.
É verdade, mas um líder surge do esclarecimento, e do meio de gente esclarecida, e é esse o primeiro passo, esclarecer.
Esse líder vai surgir no dia em que as vontades esclarecidas se criarem e se reconquistar o português de cada um de nós.
Nesse dia, informados, esclarecidos, com vontade de retomar o caminho que nos está destinado, com vontade de deitar por terra todas as falsas demagogias e desculpas que nos mantêm presos ao actual estado de coisas, nesse dia dizia, nesse dia um de nós falará mais alto, e os outros ouvirão. Ouvirão e perceberão que não estão sozinhos, e que em conjunto somos muitos, e que o destino de cada um de nós está por cumprir, porque falta cumprir Portugal.