Relatos de um Sobrevivente - I

**** NOTA: Baseado em factos verídicos. Pessoas mais sensiveis não devem continuar a leitura. ****


Relatos de um sobrevivente – I

Não tenho bem a certeza quando descobri esta capacidade de ver para além da realidade imediata, mas desde novo que sou assolado por intuições, sensações, visões e, mais recentemente, interacções.
Sempre fui capaz, obrigado porque isto de dons não pergunta se estamos interessados, de perceber padrões de comportamento e inclusive, perceber as movimentações e os objectivos deste e de outro tipo de entidades. Como lhes lia os pensamentos mais profundos.
Lembro-me que, pouco depois de comprarmos a nossa casa, senti que não estávamos sós. Pelo menos 3 deles já lá estavam a semear, a preparar, a estender os seus braços com um único fito: conquistar o planeta, casa a casa, lar a lar, família a família.
Sim, porque esse é o segredo.
Dos 3 iniciais, em pouco menos de 3 meses passaram a mais do dobro a atormentar-nos a existência.
De ataques pontuais dos poucos operacionais iniciais e que resultavam em ferimentos mais ou menos profundos consoante o nosso tempo de reacção ou fuga, a perfeitas guerras relâmpago em que o medo, que como sabemos é verde ou esse é o tom com que ficamos, em que o medo, dizia, tomava conta de tudo e de todos, deixando homens feitos, estáticos e siderados pela vastidão da carga que se avizinhava.
Aí, e é o coração que vos fala, aí só os reflexos me permitiram sobreviver e continuar apto a relatar estas experiencias. Os reflexos e a necessidade, mais que a vontade, de pôr a nu tais tramas, de avisar todos os incautos, de abrir os olhos a quem só a cega dureza da realidade faz perceber o engano em que vivem, e a precariedade da segurança do lar de todos nós.
Como reconhecer estes facínoras que se alimentam das nossas reservas, que procriam segura mas ferozmente debaixo dos nossos tectos, que nos atacam à traição quando a oportunidade surge e a porta do armário da cozinha se abre, que se introduzem nas nossas vidas criando uma aura de necessidade que nos leva a todos sem excepção a aceitar a sua existência e, inclusivamente a sua utilização?
É fácil, ainda que a cor não seja um elemento distintivo nestes grupos, nem mesmo o tamanho ou constituição, normalmente assumem nomes perfeitamente ambíguos e sem significado como: Tupperware, Curver, Molding, Takealong, entre outros……….