A Alemanha da Europa vs PIGS - parte 1

"O recém-criado partido alemão minoritário de eurocéticos defendeu, este sábado, a expulsão da zona euro dos países em crise no Sul da Europa "para o seu bem" e a reintrodução das moedas nacionais na Grécia e "quiçá" em Portugal." in JN, 18 Maio 2013
Parte 1 - A Alemanha da Europa
Ainda que por razões diametralmente opostas às indicadas pelos criadores deste novo partido alemão, o AfD (Alternativa para a Alemanha) vem de encontro a algo que já digo e escrevo há já alguns anos, a Europa não é uma união, é um continente com muitos países, com muitas idades, com muitas identidades que, por mais que alguns eurovendidos tentem, nunca será uma união na sua verdadeira e ampla acepção da palavra.
Por uma questão de honestidade literária devo dizer que, dentro da melhor tradição alemã, só utilizei este pequeno prefácio porque podia, e porque servia os meus interesse no incentivo à protecção de algo muito superior a todos nós, a nossa identidade como país.
Não me interesse grandemente a opinião de um partido de um país que só o é há cerca de oito décadas, e que já deu provas suficientes para que em seu torno fosse escavado um fosso e levantadas cercas electrificadas. Um país que tem na sua gênese a vontade de superioridade impositiva e que se vê não como mais um país da Europa, mas como proprietário de um terreno que aluga a terceiros, nós.
Agora, e uma vez mais de forma unilateral e paternal com que trata todos os outros países, decide retirar alguns países porque não servem mais. Já serviram, foram usados, e agora deitam-se fora. E o pior é que tem razão, nós pusemo-nos a jeito, vendemo-nos em troca de alguns subsídios para deixar de produzir, para sermos porta de entrada de chineses e as suas lojas que eles não queriam ter na Alemanha, mas que dava jeito deixar entrar para agradar ao gigante asiático, para comprarmos submarinos, eletrodomésticos, comida e energia que antes produzíamos. Mas nada disto é de hoje, foi assim o último século todo, e nós voltamos a cair no mesmo erro de os deixar levantar a cabeça acima da nossa.
Na minha opinião a União Europeia nunca poderá funcionar. Razões históricas, razões econômicas, razões culturais e humanas serão sempre um obstáculo a uma união. Ainda que ciente de tudo o que esta minha posição implica, e não estando de acordo com o meio utilizado por este novo partido alemão, o fim a mim parece-me interessante, a nossa saída de uma Europa que se quer alemãe o retorno a uma aldeia menos global, mas mais unida.
Fim da parte 1.