Rota do Chá




Quem me conhece, e quem me lê, a esta altura do campeonato já saberá que sou o mais portuense que se é possível ser.
Saberão também que ao dia de hoje, este renovado gosto pelo turismo na nossa cidade me alimenta a alma, e que a existência da Time Out é prova de tudo o que foi sendo bem feito nos últimos anos.
Mas, e sim há um MAS, não chega.
Não podemos querer um Porto turístico, sem esforço.
Não podemos ter um Porto que durante a época lata do turismo fecha os restaurantes ao domingo, deixando os turistas meios perdidos, um Porto que não renova interna, externa e até mentalmente a baixa de modo a que as grandes superfícies deixem de ter a primazia comercial, e um Porto que pensa que basta ter os clientes que depois se criam as estruturas.
Nope, assim não dá.
Este preâmbulo serviu para diluir a minha desilusão e descontentamento no que toca a um espaço comercial da zona cultural de Miguel Bombarda, e que se chama A Rota do Chá.
Da falta de atendimento, à falta de conhecimentos de quem serve, à secura dos pães, e sem esquecer as colheres sujas, e por duas vezes trocadas por outras sujas, passando também pela discussão entre colaboradores na cozinha que toda a gente assistiu e acabando na falta de trocos e na estúpida argumentação que se seguiu, sim, porque o cliente é que tem de ir prevenido como toda a gente sabe!!!!!
Em suma, 1 hora e meia de pouca qualidade.
Mas estará tudo perdido??? Não, o espaço é formidável e tipicamente portuense apesar dos budas que pululam por entre as velas, a qualidade dos bolos e a variedade dos chás é fabulosa. O que falta? Alguma visão e punho.
O tempo do que é bonito rende sempre já acabou. Hoje, e é isso que eu quero para o Porto, o que é preciso é serviço e atenção. É o colaborador saber o que está a servir, e o que tem como alternativa sem ter de consultar mil e uma pessoas. É o chegarmos ao fim e dizermos, ok, gastei 5, 6 20 euros mas estou satisfeito, fui atendido em conformidade, e desfrutei de um belo chá.
Estou convencido, se é que alguém da Rota do Chá vai ler isto, que ainda há tempo de dar a volta e surgir de novo.